Sinopse: Depois do sucesso de A probabilidade estatística do amor à primeira vista, que em breve ganhará as telas do cinema, Jennifer E. Smith retorna com uma história sobre amor e desencontros. Lucy mora no vigésimo quarto andar; Owen, no subsolo. E é no meio do caminho que os dois se encontram — presos em um elevador, entre dois pisos de um prédio de luxo em Nova York. A cidade está às escuras graças a um blecaute. E entre sorvetes derretidos, caos no trânsito, estrelas e confissões, eles descobrem muitas coisas em comum. Mas logo a geografia os separa. E somos convidados a refletir... Onde mora o amor? E pode esse sentimento resistir à distância? Em A geografia de nós dois, Jennifer E. Smith cria tramas cheias de experiências, filosofia e verdade.

Lucy e Owen não se conhecem. Ambos moram nos Estados Unidos. Ambos moram em Nova York. Ambos moram no mesmo prédio. Ela no vigésimo quarto andar. Ele no subsolo. Ambos com vidas completamente distintas, ela muitas vezes está sozinha pelo fato dos pais viajarem a todo instante e seus irmãos terem ido pra faculdade. Ele, tem o apoio do pai, mas ambos sofrem com o repentino falecimento da mãe do garoto. Duas pessoas diferentes, que acabam embarcando no elevador do prédio. Ela para ir pra casa, o lugar em que ela pode relaxar, ele para o terraço, o local que ele mais gosta na cidade. Porém, o rumo dos dois muda quando o elevador para. Eles não sabem porque, acham que é algo momentâneo, o prédio acabou a luz supõem. Não imagina, que o bairro todo, a cidade está em blecaute. E juntos, no elevador, acabam por desenvolver uma amizade ali.

O que eles não poderiam imaginar é que após esse acontecimento a vida dos dois mudaria drasticamente. Lucy recebe a notícia de que vai se mudar, e não para nenhum local perto dali, eles vão para a Escócia, do outro lado do oceano, já que seu pai recebeu uma proposta irrecusável do trabalho e sua mãe, que é londrina, desejava muito volta à Europa. O destino de Owen também muda, ele e seu pai vão viajar sem rumo dentro do carro da família pelo Estados Unidos, sem destino, apenas deixando o tempo passar até sentirem pertencer a algum local.

E a geografia da situação - a geografia dos dois - estava completamente e irremediavelmente errada.

Eles não sabem se vão se reencontrar, e a forma que decidem manter contato não é por mensagens ou e-mails, e sim por cartões postais. Enquanto ele vai mandando no decorrer dos estados em que chega ela começa a desbravar o novo país em que está morando. E com o decorrer do tempo eles começam a se afastar, Lucy começa a conviver mais com os pais, arranja amigos e se sente parte de algo, Owen e seu pai ficam um tempo em uma cidade, ele arranja um trabalho e uma amiga. Apesar disso, sempre pensa nela, e ela nele. Nada impede as lembranças de estarem constante, acompanhando eles em todos os momentos e lugares.

Lucy, enquanto morava em Nova York sempre estava sozinha, e nunca se importou com isso. Gostava de sua própria companhia já que seus pais viajavam muito por conta do trabalho e seus irmãos estavam na faculdade. Quando ele embarca para outro local precisa sair da sua zona de conforto, agora vai conviver mais com sua família, principalmente sua mãe. Vai começar a perceber coisas que antes não importava tanto e começar a ver o mundo e sua vida de outra maneira. Percebemos, no decorrer das páginas, o crescimento da menina. Já Owen, após a perda da mãe, tem apenas seu pai, aquele que o apoia incondicionalmente, além de pai e filho são melhores amigos, sempre um apoiando o outro, e percebemos a busca deles em achar um novo lugar, uma nova casa, um novo lar.

Nunca tinha lido nada da Jennifer E. Smith, apesar do seu famoso livro A probabilidade estatística do amor à primeira vista, e amei a escrita dela, fluida e que você nem percebe que as páginas estão passando e a história se desenvolvendo. Acompanhamos o crescimento de ambos os personagens, e apesar de ser um livro de romance, não é o foco da história, ele muitas vezes dá espaço a questionamentos e duvidas que vão sendo resolvidas e aprendemos cada vez mais sobre eles. Muito presente também está o desenvolvimento dos relacionamentos familiares que são muito diferentes em ambos. Owen perdeu sua mãe mas tem seu pai como suporte, Lucy apesar de ter todos ali, ela sente que algo está faltando, eles não têm comunicação, como se apesar de serem uma família, cada um vive individualmente. Já a comunicação entre os protagonistas é feita de forma simples e genuína, muitas vezes sendo realizada pelos cartões postais, e sempre com o mesmo sentimento em mente queria que você estivesse aqui.

É uma leitura rápida e que prende, você não consegue parar e quando você já terminou o livro. Recomendo a todos que se interessaram e gostaram da história.